O dia em que peguei na mão de Chico Xavier

Chico Xavier

Esse é o meu blog onde eu escrevo sobre Psicologia e Espiritualidade

Olá, meu nome é Roberto e como muitos de vocês sou um aprendiz da Espiritualidade e da expansão da consciência. Passei por diversas religiões buscando respostas para a minha existência e aprendi muito com todos os amigos e líderes das diversas crenças religiosas e suas interpretações de "Deus", mundo espiritual, céu, inferno, salvação etc. Até que aos dezenove anos conheci o Espiritismo e tornei-me adepto da doutrina.

Estudei bastante e fui muito participativo nas atividades de grupos Espíritas e acabei tendo um sonho: Conhecer o Chico Xavier. Independente de receber uma mensagem psicografada ou não, eu gostaria de ficar próximo e quem sabe conversar um pouco com o grande médium e pedir-lhe uns conselhos. Gostaria de saber sobre minha missão de vida.

Logo que me tornei Espírita, eu participava de estudos na Federação Espírita do Estado de São Paulo e por volta de de 1991 fizemos uma excursão para Uberaba e cercanias para conhecer os lugares onde viveram ou viviam as pessoas que eram grandes colaboradores da Doutrina. Fomos no Tadeu, no sr. Langerton, na sra. Heigorina que escreveu um livro com desenhos do Nosso Lar, fomos na casa de Eurípedes Barsanulfo, fomos na dona Aparecida do Hospital do Fogo Selvagem e por último no Chico Xavier.

Casa do Tadeu-

Foto 1

Dona Aparecida

Hospital do Fogo Selvagem-

Foto 2

Casa de Eurípedes Barsanulfo

Foto 3

Chegando na "Casa da Prece" fiquei muito emocionado e com enorme expectativa em ver o Chico. Então, um senhor vem até nós nos avisar que só iriam fazer o Evangelho porque o Chico estava doente e não poderia comparecer a reunião. Na hora fiquei muito chateado, mas fiquei como em êxtase naquele ambiente onde muitos visitantes lotaram a sala, mas pelo fato do Chico não estar presente, conversavam alto e não prestavam atenção no Evangelho. Eu observei o lugar onde nosso Cândido amigo deveria estar sentado e em meio a multidão, me vi sentado bem ao lado como se alguém tivesse guardado aquele lugar para mim, pois havia muita gente no local. Mas, como ele não estava ali, fiz a oração do pai nosso e voltei decepcionado.

Passada uma semana, já em São Paulo, tive um sonho onde o Chico aparecia na tela de um televisor muito velho, com uma imagem meio distorcida e dizia pra mim como respondendo minha pergunta: Paciência, resignação e perseverança. Daí entendi que aquela era minha missão de vida. Continuei fazendo parte de um grupo Espírita, mas depois de um tempo fui estudar Psicologia e desta forma, tive que me ausentar dos trabalhos na Casa Espírita.

Por volta de 1999, tive a oportunidade de viajar novamente para Uberaba com um outro grupo Espírita da Praia Grande, litoral de São Paulo. Fizemos o mesmo trajeto e para minha surpresa quem estava na Casa da Prece? Sim... O Chico Xavier. Bem velhinho e muito fragilizado. E por causa disso, não houve trabalho mediúnico, se não me engano teve o evangelho e depois todos iam um a um cumprimentar o Chico que tinha o braço segurado por um trabalhador da casa tamanha era sua debilidade física.

Então chegou a minha vez na fila. Pedi para um amigo registrar aquele momento especial e tiramos uma foto com o Chico sorridente. Peguei sua mão muito macia com as duas mãos em sinal de respeito e saí de lá como se tivesse recebido um banho de luz onde fiquei muito feliz. Guardo essa lembrança até hoje e nem sempre consigo por em prática aquelas palavras que para mim foram ditas por ele na primeira vez em que fui a Uberaba e o mesmo não estava presente fisicamente. Mas foi através delas que passei a observar melhor a vida.

Tenho muitos exemplos de mestres espirituais aos quais procuro seguir seus ensinamentos, mas estar na presença de um mestre espiritual como Chico foi como estar na presença de Jesus ou Buda em sua época, guardadas as devidas proporções.

Eu penso que tivemos sorte de ter vivido em nosso Brasil alguém de tamanha envergadura espiritual e eu mais sorte ainda de tê-lo visto e tocado em sua mão...

Alguém pode perguntar: Mas e aí? Aconteceu alguma coisa milagrosa, alguma cura, alguma visão excepcional? Não, o que aconteceu é que busquei no seu exemplo me tornar uma pessoa melhor e entender que essa vida é apenas uma grande escola onde podemos lapidar nosso Espírito e avançarmos de volta à nossa casa que é a vida transcendental, extra física ou espiritual. Entender que ajudar o próximo é ajudar a si mesmo e que todos merecem amor, respeito, compaixão e que tudo passa, as dores, as alegrias, a vida, a morte porque nesse mundo tudo é impermanente.

Que nossos entes queridos não morreram, somente atravessaram a ponte e, que um dia todos nos reencontraremos.

Aprendi que nesse mundo de contrastes ser "bom" ou pelo menos ser menos mau é visto como fraqueza e que muitos de nós optamos por uma vida de poder e ostentação, riqueza e quando vemos a natureza agir com seu poder, como no caso de uma pandemia, terremotos, tsunamis, sentimos o quanto nossa existência é insignificante diante da grandeza divina.

Damos muito valor em nossas vidas como se fôssemos especiais e queremos experimentar todo tipo de satisfação dos sentidos grosseiros e deixamos a espiritualidade para os religiosos como se fosse uma fantasia para os tolos. Esquecemos dos valores que não tem preço e voltamos para a Pátria espiritual vazios e infelizes.

Sendo assim, espero ter contribuído para que cada um faça a sua jornada na busca de Si- mesmo e descubram os verdadeiros valores através dos mestres que vêm e vão deixando seus exemplos de vida.